quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mesre Noza, a sabedoria do gênio

Em 1974, eu tinha dezesseis anos e minha família morava em frente à oficina de trabalho de Mestre Noza(Rua Santo Antônio, Juazeiro do Norte). Meu saudoso pai, Cabo Vieira, era muito amigo dele e nos pedia que levássemos diariamente uma garrafa de água gelada para o Mestre. Certa vez, foi a minha vez de levar a água para aplacar a sede daquele gênio. Eu tinha medo dele, pois como era comissário de menores, andava altas horas da noite pelos subúrbios de Juazeiro, trajando um sobretudo caqui que lhe dava um aspecto fantasmagórico. Entrei no seu atelier, lhe entreguei a garafa. Ele mandou-me sentar. Fique ali, timidamente admirando sua habilidade no manuseio de suas ferramentas, quando criei coragem e lhe indaguei: - Mestre Noza, quantos anos o senhor tem de vida? Respondeu ele: - 77 anos, meu filho. Seguindo com o diálogo, perguntei: - E quantos anos de arte? Ao que Mestre Noza me respondeu: - Os mesmos 77, meu filho. Ora, então lhe retruquei, como pode ser isso, mestre? E ele, do alto da sua sabedoria, respondeu: - E A VIDA NÃO É UMA ARTE, MEU FILHO. Perdi o medo dele. 

Célio Viana

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Conheça o Centro de Cultura Popular Mestre Noza

HISTÓRIA
Em junho de 1983 foi realizado na FUNARTE – Fundação Nacional de Arte, o Encontro Produção de Artesanato Popular e Identidade Cultural por iniciativa do INF - Instituto Nacional de Folclore. Desse Encontro, que reuniu representantes de órgãos da Secretaria de Cultura do MEC, emanou a recomendação de que fosse efetuado pelo INF um Projeto-piloto na área de apoio ao artesão.
A sede da Associação dos Artesãos de Juazeiro do Norte pertencia à Polícia Militar do Ceará. O prédio estava abandonado e através de um projeto do então Secretário Municipal da Cultura, professor e artesão Abraão Batista, foi recuperado, reformado, e criado o Centro de Cultura Popular Mestre Noza.
A linha de pensamento e ação do INF situou o artesão dentro de uma conceituação ampla e abrangente de cultura, entendida como todo sistema interdependente de atividades humanas na sua dinâmica.
Foi criada então a Associação dos Artesãos de Juazeiro do Norte, entidade representativa dos artesãos da cidade para tratar da aquisição e distribuição da matéria prima e gerenciar as vendas diretas da produção artesanal, que são expostas e comercializadas no Centro Cultural Popular Mestre Noza.
O Projeto Cultura Viva dos Artesãos do Mestre Noza vem consolidar parcerias, dinamizar o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, fortalecer, equipar a Associação dos Artesãos de Juazeiro do Norte para o desenvolvimento das atividades das várias manifestações culturais. As programações com os alunos da rede pública de ensino fundamental e médio, bem como com entidades e grupos de assistência a idosos e crianças, apresentações de grupos da tradição oral, enfim, toda a mobilização proporcionará a perpetuação da cultura e sustentabilidade ao artesanato, ao folclore, desenvolvimento artístico, renda familiar, inclusão social, e qualidade de vida para mais de duas centenas de artistas de tamanha importância no âmbito regional, estadual, e, inseridos neste contexto, das várias regiões do país e do mundo, alcançadas por nossa tradição cultural.
OBJETIVO
Preservar e divulgar a cultura, o folclore, as tradições e a ecologia. Estimular e formar público apreciador e consumidor de arte popular, folclore, e artesanato. Gerar perspectivas positivas, a partir da formação de público, para o aumento do volume de negócios realizados pelos Artesãos, garantindo renda e atividade sustentável à maior comunidade artesanal do Nordeste. Fomentar o turismo, o estudo, a pesquisa, a educação. Incluir, contextualizar o artesão no processo de formação sociocultural produtivo cearense para o Brasil, e para o Mundo. Dar continuidade à tradição e à cultura.
Justificativa
Há vinte e cinco anos atuando e encontrando limitações de ordem técnica e financeira para o desenvolvimento e o incremento de sua atividade, com a responsabilidade de efetivar ações que viabilizem o crescimento, proporcionem ânimo para cultivar e propagar a cultura artesanal e a atividade artística para tão importante trabalho desenvolvido no Centro Mestre Noza, em Juazeiro, concorrer a Ponto de Cultura. Elaborou-se projeto a partir das atividades já desenvolvidas atualmente, buscando a revitalização daquelas que atravessam dificuldades, ou foram suprimidas ao decorrer dos anos. A Associação dos Artesãos do Centro de Cultura Popular Mestre Noza vem garantir à cultura e ao folclore nordestino arraigado na Região do Cariri, sua maior participação no processo produtivo, sua inclusão, apresentação e divulgação ao público, e conscientização ecológica, gerando uma dinâmica capaz de possibilitar desenvolvimento sustentável.
É objetivo do Governo do Estado do Ceará a implementação de ações para o desenvolvimento e a sustentabilidade. O artesanato, dentre tantas atividades artísticas, sempre foi uma das principais fontes geradoras de renda familiar na Região do Cariri e, principalmente, na cidade de Juazeiro do Norte. O apoio, a captação de recursos, o investimento neste setor da economia, o incremento da mão de obra, a participação da comunidade, da Escola, do público consumidor de arte popular, faz-se imprescindível para seu progresso, e para a continuidade de uma tradição que encanta visitantes e estudiosos de tantas partes do Brasil e do mundo.
Para maiores informações visite o site http://pontodeculturamestrenoza.blogspot.com/

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012



          “Se você me perguntar como foi que eu aprendi essa arte, eu digo assim: Foi uma velha que me ensinou a ‘precisão’, porque quem não quer roubar e não quer se empregar, inventa muita coisa”.
                                                                                         Mestre Noza

            NOTA DOS EDITORES: Este espaço inicial será destinado a notícias sobre Mestre Noza. Assuntos mais específicos serão postados nas PÁGINAS no menu à esquerda. Já foram criadas as páginas:
BIOGRAFIA 
ACERVO FOTOGRÁFICO
GALERIA 
as quais já podem ser acessadas.